Veja como e complexo um simples pergunta no universo universitário. O QUE É PSICOLOGIA?
Veja como e complexo uma simples pergunta no universo universitário.
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O QUE É PSICOLOGIA?

Imagem: Sócrates (pai da Psicologia)
De acordo com
Alencar (2011) existem diversas formas para conhecer o objeto de estudo de uma
ciência. Uma destas é pelo do tipo de pergunta que o pesquisador faz em suas
investigações; outra é verificando o campo de trabalho, ou seja, as áreas de
atuação do profissional da área. Procuraremos definir psicologia, o seu objeto
de estudo, dando ênfase ao tipo de pesquisa e à atividade profissional do
psicólogo. Mas antes, chama-se a atenção para ideias errôneas a respeito da
atuação do psicólogo. Uma dessas ideias, que parece persistir apesar de toda a
divulgação da psicologia, é o receio que alguns leigos possuem em conversar com
um psicólogo, pois acreditam que este tem a capacidade de ler os pensamentos do
sujeito, e conhecer seus segredos num simples olhar ou numa única conversa.
Outro mito é o de que alguns indivíduos já nascem psicólogos, confundindo o
trabalho psicológico com a prática dar conselhos. Outros acham que os testes
psicológicos são uma espécie de instrumento mágico que podem, automaticamente,
informar detalhes desconhecidos e misteriosos, sobre aspectos da personalidade.
Há confusão entre o trabalho do psicólogo clinico, do psiquiatra e do psicanalista,
considerando as três áreas como sinônimas.
Procurar
compreender problemas psicológicos e explicar comportamentos, baseando-se
apenas numa única causa é incorreto. Assim, acreditar que se uma criança se
recusa a ir a escola é porque ela é mimada pelos pais, pode ser uma explicação
simplista demais, tendo em vista, que a causalidade múltipla considerada na
ciência psicologia. Já que é muito grande a quantidade de variáveis que
influenciam o comportamento.
A Psicologia
investiga problemas diversos, tais como: Quais fatores são responsáveis pelos
diferentes tipos de retardos? / Como ocorre a aprendizagem? / O processo de
aprendizagem no homem e nos animais é semelhante ou diferente? / Quais são as
etapas envolvidas no desenvolvimento do comportamento motor da criança? / O que
motiva o comportamento?/ Qual o papel da linguagem no pensamento humano?/
Porque esquecemos mais rapidamente certas coisas do que outras? / Como explicar
as diferenças na criatividade? / Quais são as causas dos transtornos psíquicos?
/ Como mudar comportamentos desajustados? / Como o grupo influencia o
comportamento do sujeito? / Qual a influência de valores e atitudes na
percepção dos sujeitos? / Como facilitar a ocorrência de comportamentos
criativos?
A
Psicologia tenta responder perguntas como estas, estudando o comportamento
humano e de outros animais, e em
busca de respostas, utiliza o método científico, ou seja, este conhecimento
deve ser obtido de maneira programada e sistematizada, para que se possa
verificar sua validade. Desta forma o conhecimento pode ser transmitido e
verificado.
Para compreender
o comportamento, é preciso ir além do indivíduo isolado, estuda-se o meio onde
ele vive, sua família, sua comunidade, suas interações sociais e também
considera-se sua natureza física, seu organismo. Por isso a Psicologia é uma
ciência biossocial, sendo difícil estabelecer uma linha clara entre a
Psicologia e a Filosofia, de um lado, e a Psicologia e as Ciências Sociais, de
outro.
Para Teles (1987)
talvez nenhuma outra ciência atraia como a psicologia. Saber dizer como
funciona a mente enquanto se está pensando; por que uma pessoa se comporta
desta ou daquela maneira; compreender e modificar o comportamento. Isso e muito
mais é tarefa da psicologia.
Houve
em todos os tempos interesse em predizer e controlar o comportamento e os
problemas das pessoas. Antes de definirmos Psicologia, vejamos seus passos
através da história.
ETIMOLOGIA E HISTÓRIA DA
PALAVRA
– A palavra ‘psicologia’ deriva de dois termos gregos ‘psique’ que significa – ‘expiração, alma, vida’ e o sufixo: logia, derivado por sua vez de logos com o significado de ‘estudo de’, ‘tratado a respeito’.
Assim, etimologicamente, Psicologia o ‘estudo da alma.’
Psicologia é uma
ciência relativamente nova, apesar do Filósofo Sócrates, no século V Antes de
Cristo, já citar a importância do autoconhecimento com a frase:
“Conheça-te a ti mesmo”, foi
só muito tempo depois, no século XVII, idade moderna, mais precisamente em 1734, que o estudioso Christian
Wolf empregou
este termo para significar a Psichologia
Rationalis (escreveu em latim) era a parte da filosofia que estudava a
natureza e as faculdades da alma. A par da memória, do intelecto, dentre
outras. Mas
ainda não
era uma
ciência específica.
Aristóteles
(384-350 A. C.) relacionava a vida com a alma, e dizia que os minerais não têm
vida porque são desprovidos de alma, por isso não pensam, pois o pensamento era
uma faculdade da alma humana. Pensava de forma semelhante o Filósofo Platão,
que pregava a não deterioração da mente e da alma com a morte. Pois a mente e a
alma, levam consigo o conhecimento; e o conhecimento nunca morre.
Descartes,
outro Filósofo, acreditava que a alma era a grande responsável pelo pensamento, e que sem a alma o homem era vazio, pois não havia o pensamento. E
logo, não havia também, a realização das coisas.
Fechner, nascido
em 1801 e falecido em 1887, foi considerado o “Pai da Psicologia Quantitativa”,
estudando a capacidade que temos de perceber as diferentes sensações que nos rodeiam. Mas, foi em 1879, que Wilhem Wund montou
o 1º laboratório de Psicologia Experimental, e conseguiu provar estas funções
mentais, lançando assim a Psicologia no mundo da ciência.
O contexto
Histórico nos leva a perceber, que a Psicologia levou muito tempo para se estabelecer
como ciência.
A
Psicologia, como ciência, teve seu aparecimento com os trabalhos de Wilhem
Wundt (1832-1920).
Como podemos ver
nem a etimologia, nem o conteúdo dos estudos anteriores a Wundt servem para
caracterizar e definir a Psicologia como ciência, que é muito jovem, embora o
termo seja mais antigo e a ânsia pelo conhecimento de seus temas remonte às
próprias origens da razão humana, ela tem um longo passado, mas uma curta
história.
COMO SE PODE
DEFINIR PSICOLOGIA? Não é fácil dar uma definição completa, antes de qualquer coisa o
objeto de estudo da psicologia é o homem. Como se sabe, o homem, na expressão
grega é um microcosmo e por isso não pode ser abrangido em sua totalidade. Esta
ciência deve contentar-se em estudar como um ser que reage ao meio, que percebe
e se comporta em decorrência destas percepções; impelido para agir deste ou
daquele modo, seus motivos podem estar claros ou ocultos. Como ser vibrátil
emociona-se, cria, e se constrói, através de experiências, chegando a ser o que
é, de modo diferente de qualquer outro.
Ao
estudar o comportamento não quer dizer que a Psicologia despreze o estudo da
mente e seus processos.
Ainda segundo
Teles (1987) nem tudo está claro no conhecimento do homem, sobre seu
comportamento, seus motivos, seus anseios, suas angústias, temores e
esperanças. Seu comportamento e sua mente não se esgotam com pesquisas
científicas. Há muitas atividades da mente que não se denominam convencionais e
que só a Parapsicologia procura desvendar, como ‘vidência’ e telepatia.
Para Lindzey (1977):
Talvez nenhum outro curso no
currículo universitário prometa mais e dê menos aos estudantes de graduação do
que o curso de Psicologia. Muitos estudantes esperam que o estudo da psicologia
os capacite a compreender as inconsistências
desorientadoras,
as inseguranças persistentes, os conflitos e os impulsos inaceitáveis que parecem construir parte inaceitável de suas vidas. Eles
antevêem que suas relações com os outros se tornarão mais fáceis, efetivas e
gratificantes. De forma bastante razoável, acreditam que, com um conhecimento
mais firme sobre os princípios do comportamento, serão capazes de compreender
as enigmáticas ações que freqüentemente observam naqueles a sua volta –
incluindo seus pais, irmãos e mesmo professores (...).
Nenhum livro ou
curso pode satisfazer as expectativas de todos os estudantes... Sempre que
possível concentramo-nos em problemas humanos ao invés de em pesquisas
envolvendo animais (...). Não ignoramos as últimas, no entanto, porque elas
desempenham um papel legítimo e importante na psicologia...
A PSICOLOGIA
(...) Todos nos
observamos o comportamento humano (...). Nós não apenas observamos e
conjecturamos sobre o nosso próprio comportamento; também prestamos atenção ao
que aqueles à nossa volta estão fazendo e por quê. Embora essas atividades
estejam claramente incluídas entre as do psicólogo profissional, não podemos,
entretanto, considera-las como investigação psicológica, porque os aspectos
característicos da ciência estão ausentes em tais observações cotidianas. Para
o psicólogo, a psicologia é o estudo do comportamento. Psicólogos e leigos
definem o termo comportamento de forma bem semelhante (...) a maioria concorda
que o termo comportamento deva ser empregado de forma ampla e incluir todas as
respostas – tanto os atos motores e respostas fisiológicas manifestas quanto os
eventos mentais. Desta forma comportamento compreende eventos externos e
facilmente observáveis, bem como eventos que apenas podem ser inferidos
indiretamente a partir de relatos verbais ou de indicadores fisiológicos, como
um aumento no ritmo respiratório ou na transpiração.
É, então,
essencial da teoria psicológica (...) a busca (...) por uma compreensão do
comportamento? Certamente. (Págs. 04 & 05)
Nos conceitos e
definição de psicologia, colocados no clássico de Bonow (1975), o filósofo
Sócrates, do qual se diz que ‘fez descer a filosofia do céu a terra’, pois
chamou a atenção para a observação interna do sujeito pelo próprio sujeito
(introspecção). Tornou-se célebre o conselho que ele dava aos seus discípulos: ‘Conheça-te
a ti mesmo’. E até o século XVII, a Psicologia conservou um caráter
transcendental de essência da alma ou da razão. Tanto “alma” como ‘razão’ eram considerados imateriais, distinguindo-se,
em virtude deles, o homem de todos os outros atributos animais, pois estes não
as possuíam.
CONCEITO MODERNO –
Com o Renascimento (século XV e XVI), houve profunda mudança nos métodos do
conhecer. Em vez de se confiar apenas na autoridade dos que expõem
uma verdade como absoluta, a
observação, a experimentação e a verificação de fatos passaram, com Galileu (1564–1642), a ser a melhor maneira de se conhecer algo.
A física e a Astronomia se emanciparam no século XVII, com Galileu e Kepler; a
Química foi fundada no século XVII, por Lavoisier; e a Biologia se firmou na
primeira metade do século XIX, com Claude Bernard e Bichat. Estas ciências
preparam o caminho para uma nova psicologia, desta vez científica, abandonando
o estudo do transcendental, passou a preocupar-se com fenômenos psíquicos, e
fenômeno é tudo aquilo que pode ser direta ou indiretamente percebido,
observado e descrito. Psicólogos como
Locke, Condillac e Hume (século XVII), representam um novo ponto de vista, o ‘sensualismo’,
uma doutrina segundo a qual todo conteúdo da mente teria como ponto de partida
as sensações (‘Nihil est in intelectu
quod prius non fuerit in sensu’: nada existe no intelecto que primeiro não
tenha sido experimentado pelos sentidos.). Pelo fato de adotarem, em seus
estudos, o método indutivo, baseado na observação individual, receberam o nome
de empiristas. Podemos considera-los
precursores na investigação psicológica uma vez que até então esta era
considerada apenas ciência moral.
Na segunda metade
do século XIX graças a contribuições de William James nos EUA e Weber, Fechner
e Wundt na Alemanha (este último fundador do primeiro laboratório de psicologia
experimental); a psicologia passou por vários estágios:
1º. O Estruturalismo: dedicava-se em
descobrir os “elementos da consciência”. Seriam
estes: a sensação, a imagem,
a emoção. Seriam estes elementos os fatores mais estruturais e que dariam base
para todos os outros processos mentais.
2º. O
Comportamentismo: chamada Psicologia Objetiva, não acredita que haja
acesso científico ao que o sujeito sente, dedica-se em estudar apenas reações e
comportamentos, tanto em situações espontâneas como experimentais. Reações
seriam fatos que poderiam ser observados pelos outros, comparados e analisados.
Dentro deste ponto de vista há variantes de orientação, sendo as principais:
a)
Os Reflexologistas: são os behavioristas
(comportamentistas) originários, acreditavam
que o comportamento apenas tinha base fisiológica, não valorizavam aspectos
emocionais envolvidos nas atitudes e nas respostas.
b)
Os Funcionalistas: linha de pensamento que teve
origem no início do século XX, sob as
influências de Darwin, interessava-se em investigar como funciona o organismo
para se ajustar às solicitações. Por isso, esta corrente também é conhecida
como psicologia do ajustamento.
das contribuições
mais interessantes, é a noção de ‘campo comportamental’, de Koffka (em outras
palavras, o comportamento do indivíduo varia e se organiza conforme a
configuração ambiental na qual está inserido). Para exemplificar: uma pessoa só
reage na medida em que percebe a situação que a evolve; assim um estudante,
numa biblioteca, ‘vê’ os livros que lhe interessam e ‘não vê’ os milhares de
outros, que o bibliotecário, por exemplo, vê.
d)
Os Topologistas: compreendem o homem dentro de um ‘espaço de vida’. Esta corrente tem forte aplicação às
questões sociais e o ‘espaço de vida’ do sujeito pode ter valência positiva ou
negativa, que atuariam conforme o significado que tivessem para cada momento de
suas vidas.
Mais atualmente também de dissidência no
comportamentismo, temos:
a)
Psicologia
analítico-comportamental: onde o comportamento do sujeito é
analisado em seu campo de vida, não consiste em técnicas prontas e engessadas
para manipular comportamentos, mas em uma escuta daquele sujeito, para que,
para aquele sujeito sejam elaboradas estratégias que possam contribuir para a
modificação de alguns comportamentos.
b)
Psicologia
cognitivo-comportamental: O modelo considera a cognição (conhecimento)
uma chave para transtornos psicológicos, pois cognição é a função que envolve
deduções (pensamentos) sobre a experiência única do indivíduo e sobre a
ocorrência e o controle de sua percepção e dos eventos em sua vida. Através de
registros de pensamentos, crenças não verdadeiras e pensamentos distorcidos
podem ser modificados pelo acesso a pensamentos alternativos e compensatórios,
desenvolvendo-se novas crenças, ou seja, novas formas de pensar, auxiliando a
mudança de estados de humor e de comportamentos.
3º. As Psicologias Compreensivas: o seu
objetivo não é explicar, mas entender o comportamento humano. Dentre elas:
a)
A Psicanálise: o método é interpretativo, ou
seja, o comportamento é a expressão
de uma personalidade que precisa ser entendida em seu contexto.
b)
A Psicologia Existencial: o objetivo não é explicar o
porquê de um sentimento, mas
compreender como este aconteceu, se o sentimento encontrou condições para
acontecer.
c)
Psicologia focal: usa atitudes indagatórias,
exploratórias e confrontadoras; que
têm por objetivo dissolução de defesas, a redução de sintomas, resolução de
conflitos atuais do cliente, através da identificação de um problema central.
A definição de
psicologia seria: uma ciência que procura investigar e estabelecer relações
constantes entre fenômenos e suas condições de permanentes manifestações e
variações.
Referências
ALENCAR, Eunice M. L. Soriano de. Psicologia
– Introdução aos princípios básicos do comportamento.
Petrópolis. Ed. Vozes. 2011. 17ª edição.
BONOW, Iva Waisberg. Elementos de Psicologia. Editora:
Melhoramentos. 1975. 15 ª Edição
COPETTI. Márcia. Ansiedade e Terapia
Cognitivo-Comportamental http://www.marciacopetti.com.br/artigos/artigos.php?id_artigo=4. Acesso em
30/07/2012.

CORREIA.
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Valéria.
|
Psicoterapia
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Breve
|
ou
|
Focal.
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Disponível
|
em:
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Acesso
|
em:
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30/07/2012.
|
NIERO, Carolina B. F. e
LEONARDI, Jan Luiz. Terapia
Analítico-Comportamental e Análise do Comportamento. A Terapia
Analítico-Comportamental não é um conjunto de técnicas. 28 Ag.
2009. Disponível em :
LINDZEY, Gradner & HALL,
S. Calvin & THOMPSON, F. Richard. Psicologia. Ed. Guanabara koogan.
1977.
TELES, Antônio Xavier. Psicologia Moderna. Ed. Ática.1987. 25 ª
Edição.
Prof. Zoráia Araujo de Souza da Fonseca
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